quinta-feira, 7 de maio de 2009

Abate de animais em Gonçalves. Abatedouro legalizado ou “carne de goiabeira”?

Para que ocorra o abate de animal de forma legal, além de existirem instalações dentro dos padrões de higiene para o abate o animal deve ser submetido a uma série de análises e exames para garantir ao consumidor final um produto de qualidade: são as denominadas inspeções "ante mortem" e "post mortem".
Além disso, especial atenção também deve ser dedicada à temperatura e ao transporte da carne e seus derivados. É de extrema importância a inspeção "ante mortem", uma vez que algumas enfermidades têm sintomatologia clara nos animais vivos. No exame "post mortem", pouca ou nenhuma alteração é detectada.
A constatação de alterações nos animais antes do abate determina sua separação do lote. Dessa maneira, evita-se a entrada de animais portadores de doenças infecto-contagiosas (como a raiva, o tétano, o carbúnculo etc.) na sala de abate, o que, além de atentar contra a saúde pública, contaminaria as instalações e os equipamentos.
No transporte, o animal sofre forte estresse. Seu descanso, durante o período de repouso no estabelecimento de abate (de 6 a 24 horas) serve para que reponha suas energias, para que se adapte ao novo local e para que seja observado o seu comportamento por um médico veterinário especializado, que tomará as medidas cabíveis, caso haja alguma alteração.
A inspeção "post mortem" é feita durante a manipulação do animal, após o abate. São realizadas várias análises e exames em suas vísceras e gânglios, a fim de garantir a qualidade do produto antes de ser colocado à disposição do consumidor. Os locais ou pontos da sala de matança onde são realizados tais exames são chamados "linhas de inspeção" e estão assim padronizados: A) Exames dos pés - realizados em estabelecimentos exportadores; B) Exame do conjunto cabeça-língua; C) Cronologia dentária - exame facultativo; D) Exames do trato gastrointestinal e do baço, do pâncreas, da vesícula urinária e do útero; E) Exame do fígado; F) Exame do coração e dos pulmões; G) Exame dos rins; H) Exame dos lados interno e externo da parte caudal (traseira) da carcaça e dos nódulos linfáticos correspondentes; I) Exame dos lados interno e externo da parte cranial (dianteira) da carcaça e dos nódulos pré-escapulares. Após a realização de todos os exames, estando própria para o consumo, a carcaça recebe o carimbo de inspeção em partes predeterminadas, sofre uma toalete final e vai para a refrigeração, aguardando expedição para o consumo. Caso seja detectado algum problema, a carcaça não vai para o consumo, tomando o médico veterinário as providências cabíveis.
A importância do frio na qualidade da carne - O resfriamento da carcaça antes de seu envio para o consumo é muito importante tanto do ponto de vista sanitário como do ponto de vista da garantia de qualidade e de tempo de prateleira (duração da validade). A "frigorificação" ou tratamento pelo frio industrial ou artificial constitui a técnica mais utilizada na conservação de carnes, preservando-as como recurso estacional, quer garantindo seu transporte a distância, quer possibilitando seu uso na industrialização ou consumo. O rebaixamento da temperatura aos níveis adequados atua na inibição ou na destruição de microorganismos de putrefação e no retardamento da atividade enzimática, aumentando o prazo de vida comercial da carne. Independentemente do controle dos microorganismos responsáveis pela deterioração, o frio contribui de uma forma muito importante para o controle das infecções e toxinfecções alimentares em virtude da incapacidade que tem a maioria de seus agentes de crescer rapidamente em temperaturas em torno de 4ºC. (Texto elaborado pelo Médico Veterinário Carlos Maurício Leal, diretor do SISP/SP -
www.sic.org.br/inspeção.asp)
Todavia, muitas são as pessoas que tem questionado o SOS Gonçalves sobre a existência de abatedouro de animais em nosso Município, mais precisamente no Bairro Atrás da Pedra, próximo ao Lixão; nos não acreditamos que o mínimo dos padrões de: instalações, abate, higiene, manipulação e conservação sejam seguidos. Ademais é flagrante a presença de urubus sobrevoando o local, onde acreditamos que os dejetos sejam descartados “a céu aberto”, sem o mínimo de preocupação também com questões ambientais.
Será que este local, possui o Laudo de Vistoria firmado pela Coordenadoria Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento?
Para nós, não resta a menor dúvida que os abates são realizados sem a devida inspeção sanitária obrigatória, ou seja “carne de goiabeira”, onde o animal, sujeito ao abate é amarrado em um árvore (preferencialmente uma goiabeira) a céu aberto e lá é submetido sem nenhuma regra de higiene ou sanidade animal ao sacrifício. Outra preocupação é que o sangue e as águas servidas devem estar sendo lançados diretamente ao meio ambiente sem nenhum tratamento prévio, esta prática do ponto de vista sanitário é altamente condenável, pois várias enfermidades podem ser transmitidas entre animais da mesma espécie e de espécies diferentes e inclusive ao ser humano.
Reafirmamos, nossa preocupação quanto ao funcionamento deste estabelecimento, pois do ponto de vista sanitário, fiscal, tributário e ambiental não deve possuir nenhuma legalização, podemos até mesmo afirmar com toda certeza de que os produtos ali produzidos podem colocar em risco a saúde dos consumidores que possam consumir tais produtos.
Em face da completa ausência de fiscalização neste Município, desconhece-se a sanidade dos animais abatidos e as condições de preservação dos produtos expostos à venda – temperatura e transporte -, o que determina o elevado risco de contaminação da coletividade que consome produtos de origem animal, sujeitando-a a doenças graves, tais como tuberculose, brucelose e toxoplasmose.
A Lei 7.889/89, no seu art. 4º, c, , determina que é da esfera municipal a competência para exercer o serviço de inspeção de produtos de origem animal comercializados apenas dentro do Município, como é o caso dos animais abatidos no Matadouro:
"Art. 4º São competentes para realizar a fiscalização de que trata esta Lei:
a) o Ministério da Agricultura, nos estabelecimentos mencionados nas alíneas a, b, c, d, e, e f, do art. 3º, que façam comércio interestadual ou internacional;
b) as Secretarias de Agricultura dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos estabelecimentos de que trata a alínea anterior que trata a alínea anterior que façam comércio intermunicipal;
c) as Secretarias ou Departamentos de Agricultura dos Municípios, nos estabelecimentos de que trata a alínea a desde artigo que façam apenas comércio municipal;
d) os órgãos de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos estabelecimentos de que trata a alínea g do mesmo art. 3º."
No entanto nenhum desses serviços – inspeção e vigilância sanitária de produtos de origem animal – encontra-se em efetivo funcionamento neste Município.
Desta forma, nos do SOS Gonçalves, procuramos sempre alertar a nossa população, quanto aos perigos do consumo de carne oriunda de abatedouros clandestinos ou que não cumpram as normas legais, relativas ao abate, higiene, conservação, transporte e meio ambiente; uma vez que nosso Município não exerce qualquer tipo de fiscalização, quer em estabelecimento de abate, quer em açougues.
Por onde andam: o Ministério Público, a Policia Ambiental, o IMA e todos os demais Órgãos do Estado de Higiene e Saúde?

Um comentário:

  1. SABEM PARA ONDE FOI AS PEDRAS TIRADAS DO ANTIGO CALÇADÃO (AGORA R DOS FUNCIONARIOS PUBLICOS )?FORAM PARA A PROPRIEDADE DO SR PREFEITO.A CARNE DO MATADOURO VEM PARA OS AÇOUGUES DO SR PREFEITO EMBARCACADA NUM LUXUOSO FUSCA .A CAÇAMBA DE LIXO DA CIDADE ESTA BEM PERTO DO MATADOURO DO SR PREFEITO .O MATADOURO ,A BALANÇA DE BOIS ,FORAM FEITO COM MAQUNAS DA PREFEITURA E MÃO DE OBRA DOS FUNCIONARIOS DA PREFEITURA .O CARRO OFICIAL É USADO ATE PARA COMPRAR BOI FORA DO MUNICIPIO.INCLUSIVE CAMPOS DO JORDÃO (FOTO PUBLICADA NO JORNAL DE PARAISOPOLIS .)MAS O POVO ESCOLHEU POR DUAS VEZES O SR LUIZ ROSA ,PORQUE SERÁ ???

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